O sucesso valida o canibalismo?

Vale comentar, que o texto a seguir é apenas uma visão pessoal de nosso meio e que de forma alguma, eu me sinto ou acredito que sou a dona da verdade absoluta!! Tenho escola de dança do ventre há exatos 25 anos e, portanto, posso comentar sobre esta atividade com certo conforto. O que é ser uma bailarina, e então decidir ensinar… O que significa ter um local concreto para este projeto, que muitas vezes começa pequeno, com uma sala caseira, o que não foi o meu caso, e depois evolui para algo maior e mais custoso, que é o caso de abrir uma escola de fato. Bom, falando agora da realidade, que é a responsabilidade de gerir uma escola de dança do ventre,  minha principal modalidade no Centro Cultural Shangrila.

Buscamos por um grupo de qualidade, e então estruturamos a grade, e os temas, assim como níveis, de forma a oferecer um arsenal de possibilidades a quem nos procura. Uma parceria baseada no respeito mútuo para que aquelas que ensinam se sintam respeitadas e livres para atuar de acordo com seus princípios, e ainda assim compartilhando uma linha de pensamento coletiva da escola onde estão.

Aí vem a parte concreta do lugar. Instalações, infraestrutura, recepção, limpeza, manutenção geral, e uma interminável lista de coisas a fazer para que esse local possa receber as alunas e oferecer o melhor.

Claro, sem esquecer as formas de comunicação com o público que pode eventualmente se interessar pelos cursos e vivências oferecidos. Então precisamos de um site, webdesigner, planos de divulgação e conexão direta com aqueles que porventura sejam os clientes potenciais do que temos a oferecer.

Tudo demanda um investimento enorme, que não é apenas financeiro, mas muito além disso. Estudos, dedicação, aprimoramento são essenciais e permeiam todas as camadas da escola de qualquer pessoa séria neste mercado.

A administração é outro ponto crucial, que vai desafiar aquela que se responsabiliza por esta parte do trabalho. E aqui chegamos a uma questão importante – como manter a sobrevivência de sua escola! O que é necessário para que seu empreendimento não seja apenas um sonho maluco, sem qualquer chance de permanência? Acredito que a única via possível é desenvolver um trabalho de extrema qualidade, buscar um preço justo para ele, e divulgar o máximo possível, para que possamos atingir aquelas pessoas que buscam pelo que temos a oferecer. Até aqui, tudo bem, parece tranquilo e possível este caminho, até que surgem os “ Canibais das escolas de dança”.

Uma espécie estranha, que tem comportamento agressivo e absolutamente desleal, visando a destruição do outro por puro….? não sei porque!!

O que é canibalismo? Segundo wikipedia, “canibalismo é um tipo de relação ecológica em que certas espécies de animais se alimentam de indivíduos da mesma espécie. Segundo alguns investigadores, essa prática terá resultado da evolução das espécies, com o objetivo de eliminar os indivíduos menos aptos, por exemplo, provenientes de uma ninhada em que alguns filhotes saem dos ovos defeituosos ou imaturos “.

Existem outras definições, vale uma visita! Partindo do principio que toda escola tem custos essenciais a serem cumpridos para se manter aberta, e que necessita pagar seus professores e funcionários de forma justa,  propiciando a eles a sensação de valorização de seu tempo e disposição, como é possível dar aulas por quase nada, buscando por sucesso? Não consigo compreender como promoções malucas, que dão descontos de 70% 80% por meses a fio, podem ser positivas para um estabelecimento, seja ele qual for! No caso de nossa atividade, a única coisa que estas “pseudo“ promoções criam é o caos para quem, como eu e outras pessoas de nosso meio, sobrevivem de seu trabalho e de seus serviços prestados e não podem se dar ao luxo de oferecer gratuitamente seu tempo e o tempo de outros por uma mixaria que não atende absolutamente ao mínimo necessário de entradas para manter um negocio ativo.

As vendas em massa, que só dão lucro a empresa que veicula os anúncios, nos destroem de várias maneiras. Dentre elas:

  • Criam um falso grupo de alunas que pula de promoção em promoção, nunca criando raízes que lhes permitam crescer com sua dança, pois sua busca, é em prol do mais barato , sem qualquer conexão com qualidade e construção
  • Impossibilitam a decisão justa de alguém interessado na dança, que pode sim fazer sua escolha , pela estrutura, bom atendimento, e aulas condizentes e ao dar de cara com uma promoção – venha de graça – opta por este presente de grego e vai para qualquer lugar.
  • Esta forma de tratamento de nossa dança, também destrói as empreendedoras menores que nunca poderiam se dar ao luxo de deixar de lado suas necessidades financeiras para entrar numa campanha deste tipo. Estas escolas menores, ou independentes que não tem entrada de dinheiro externa, e necessitam de um funcionamento saudável e justo, podem sim, chegar a quebrar por esta forma de manipulação de alunas.

distintas Não somos iguais, portanto a solução de nossos problemas não vai ser a mesma. Cada caso precisará de uma abordagem específica, de acordo com nossas necessidades e nossos objetivos. De qualquer maneira podemos sim pensar juntas para o bem de todas!  Então eu convido as donas de escola, as brasileiras empreendedoras da dança, que compartilhem este texto, e que coloquem também sua opinião. Aquelas que lutam sós, e buscam de forma intermitente um caminho possível para nossa arte são a única chance de uma vida perene para esta atividade. Fica aqui o convite para espalhar uma postagem que não é um “bafo” que não fala mal de ninguém em especial, que não apresenta nenhuma nova DIVA mas simplesmente busca um caminho melhor e plausível para todas nós Juntas pela Dança Lulu

http---d.yimg.com-gg-u-e15804095a713c159ad49dbddb581d791ddd8ee2 Vale comentar, que o texto a seguir é apenas uma visão pessoal de nosso meio e que de forma alguma, eu me sinto ou acredito que sou a dona da verdade absoluta!! Tenho escola de dança do ventre há exatos 25 anos e, portanto, posso comentar sobre esta atividade com certo conforto. O que é ser uma bailarina, e então decidir ensinar… O que significa ter um local concreto para este projeto, que muitas vezes começa pequeno, com uma sala caseira, o que não foi o meu caso, e depois evolui para algo maior e mais custoso, que é o caso de abrir uma escola de fato. Bom, falando agora da realidade, que é a responsabilidade de gerir uma escola de dança do ventre,  minha principal modalidade no Centro Cultural Shangrila. Buscamos por um grupo de qualidade, e então estruturamos a grade, e os temas, assim como níveis, de forma a oferecer um arsenal de possibilidades a quem nos procura. Uma parceria baseada no respeito mútuo para que aquelas que ensinam se sintam respeitadas e livres para atuar de acordo com seus princípios, e ainda assim compartilhando uma linha de pensamento coletiva da escola onde estão. Aí vem a parte concreta do lugar. Instalações, infraestrutura, recepção, limpeza, manutenção geral, e uma interminável lista de coisas a fazer para que esse local possa receber as alunas e oferecer o melhor. Claro, sem esquecer as formas de comunicação com o público que pode eventualmente se interessar pelos cursos e vivências oferecidos. Então precisamos de um site, webdesigner, planos de divulgação e conexão direta com aqueles que porventura sejam os clientes potenciais do que temos a oferecer. Tudo demanda um investimento enorme, que não é apenas financeiro, mas muito além disso. Estudos, dedicação, aprimoramento são essenciais e permeiam todas as camadas da escola de qualquer pessoa séria neste mercado. A administração é outro ponto crucial, que vai desafiar aquela que se responsabiliza por esta parte do trabalho. E aqui chegamos a uma questão importante – como manter a sobrevivência de sua escola! O que é necessário para que seu empreendimento não seja apenas um sonho maluco, sem qualquer chance de permanência? Acredito que a única via possível é desenvolver um trabalho de extrema qualidade, buscar um preço justo para ele, e divulgar o máximo possível, para que possamos atingir aquelas pessoas que buscam pelo que temos a oferecer. Até aqui, tudo bem, parece tranquilo e possível este caminho, até que surgem os “ Canibais das escolas de dança”. Uma espécie estranha, que tem comportamento agressivo e absolutamente desleal, visando a destruição do outro por puro….? não sei porque!!

O que é canibalismo? Segundo wikipedia, “canibalismo é um tipo de relação ecológica em que certas espécies de animais se alimentam de indivíduos da mesma espécie. Segundo alguns investigadores, essa prática terá resultado da evolução das espécies, com o objetivo de eliminar os indivíduos menos aptos, por exemplo, provenientes de uma ninhada em que alguns filhotes saem dos ovos defeituosos ou imaturos “. Existem outras definições, vale uma visita! Partindo do principio que toda escola tem custos essenciais a serem cumpridos para se manter aberta, e que necessita pagar seus professores e funcionários de forma justa,  propiciando a eles a sensação de valorização de seu tempo e disposição, como é possível dar aulas por quase nada, buscando por sucesso? Não consigo compreender como promoções malucas, que dão descontos de 70% 80% por meses a fio, podem ser positivas para um estabelecimento, seja ele qual for! No caso de nossa atividade, a única coisa que estas “pseudo“ promoções criam é o caos para quem, como eu e outras pessoas de nosso meio, sobrevivem de seu trabalho e de seus serviços prestados e não podem se dar ao luxo de oferecer gratuitamente seu tempo e o tempo de outros por uma mixaria que não atende absolutamente ao mínimo necessário de entradas para manter um negocio ativo. As vendas em massa, que só dão lucro a empresa que veicula os anúncios, nos destroem de várias maneiras. Dentre elas:

  • Criam um falso grupo de alunas que pula de promoção em promoção, nunca criando raízes que lhes permitam crescer com sua dança, pois sua busca, é em prol do mais barato , sem qualquer conecção com qualidade e construção
  • Impossibilitam a decisão justa de alguém interessado na dança, que pode sim fazer sua escolha , pela estrutura, bom atendimento, e aulas condizentes e ao dar de cara com uma promoção – venha de graça – opta por este presente de grego e vai para qualquer lugar.
  • Esta forma de tratamento de nossa dança, também destrói as empreendedoras menores que nunca poderiam se dar ao luxo de deixar de lado suas necessidades financeiras para entrar numa campanha deste tipo. Estas escolas menores, ou independentes que não tem entrada de dinheiro externa, e necessitam de um funcionamento saudável e justo, podem sim, chegar a quebrar por esta forma de manipulação de alunas.

distintas Não somos iguais, portanto a solução de nossos problemas não vai ser a mesma. Cada caso precisará de uma abordagem específica, de acordo com nossas necessidades e nossos objetivos. De qualquer maneira podemos sim pensar juntas para o bem de todas!  Então eu convido as donas de escola, as brasileiras empreendedoras da dança, que compartilhem este texto, e que coloquem também sua opinião. Aquelas que lutam sós, e buscam de forma intermitente um caminho possível para nossa arte são a única chance de uma vida perene para esta atividade. Fica aqui o convite para espalhar uma postagem que não é um “bafo” que não fala mal de ninguém em especial, que não apresenta nenhuma nova DIVA mas simplesmente busca um caminho melhor e plausível para todas nós Juntas pela Dança Lulu

14 thoughts on “O sucesso valida o canibalismo?

  1. Tienes mucha razón, esto es global,aquí en México se da y es triste, gracias por ilustrarnos en este bello baile! Saludos desde México!

  2. Sábias palavras, ditas por quem entende, e muito bem, do assunto. Tema pertinente para reflexão e para adoção de novas posturas e paradigmas. A Dança, as alunas, a escola e por fim o público, só tem a ganhar.

  3. Estou sem palavras… excelente exposição e interpretação.
    Continuo te admirando sempre Lulu.

  4. Excelente Lulu!
    Tenho pensado muito sobre isso nos últimos meses e sempre mantendo meu conceito de respeito e valorização ao meu Studio que em 2015 completa 6 anos, uma vitória viver de dança em um estado onde a esta arte é pouquíssimo valorizada e onde a maioria ds escolas funcionam apenas como segunda opção dos seus proprietários que tem a dança como passa tempo e um trabalho “formal” que paga as contas. Me considero uma guerrreira e trabalho duro dia após dia, sábado domingo feriado.. Respeito todos e todas, cobro um preço justo pela alta qualidade do ensino e do ambiente que proporciono, me nego a entrar nestas promoções desesperadas. Confio no Universo, pois ele me envia exatamente o que eu emano: Amor, Luz e Prosperidade.

  5. As palavras perfeitas para uma situação que acontece, penso eu, em todos os Estados, é lamentável pessoas que querem crescer destruindo sonhos de uma vida inteira, não se importando com as consequências.

  6. Perfeito e parabéns pela coragem de comentar conosco uma visão que muitos tem, especialmente aqueles que amam a dança. Pagamos pela qualidade da dança, do ensinamento adquirido através da dança, que é uma arte milenar e pouco valorizada! Aqueles que trabalham com e por amor tudo conspira a favor….. muito mais sucesso pra vc!

  7. O publico de hj tbem mudou muito. Ha 10 anos todos queriam conteúdo e qualidade, hj querem apenas uma subida num palco qualquer com uma pseudo coreografia mal ensaiada e cheia de repetições toscas.. com um figurino barato a la Scarlet Ohara … Professoras fast food e suas replicantes robotizadas …Tempos bicudos! – Bety Damballah – Curitiba

  8. Sei do que você está falando. Já ví sites que oferecem “pacotes” com 3 meses de aulas de Dança do Ventre por 50,00. Mas como? Em uma Academia de atividades físicas como musculação, artes marciais, etc em que uma professora é contratada para ensinar a uma classe com 20 alunas, uma vez por semana. É uma coisa predatória que muitas vezes faz com que as incautas alunas saiam de lá, ao fim de 3 meses sem saber nada e o que é pior, achando que a Dança do Ventre é muito díficil e que ela não é capaz. Na impossibilidade de realmente dar o atendimento necessário a uma aluna iniciante a professora – quando é professora, muitas vezes é uma moça que dança, o que é muito diferente – vai tocando como pode. Prejudica as escolas sérias com essa conduta predatória e ainda prejudica mulheres que poderiam desenvover-se na dança mas que acabam desistindo para sempre. Como diz a Bety Damballah no comentario acima: tempos bicudos.

  9. BELISSIMO TEXTO ,O PIOR É QUANDO ESSES MESMOS CANIBAIS FAZEM AULASCOM VOCE DURANTE TRES MESES E SAEM SE DIZENDO PROF. E COBRANDO MENOS QUE VOCE É O CAOS

  10. De tudo isso aprendi que nesse nosso caminho o que precisamos aprender é respeito e tudo que faz um sucesso inalcançável é criticado.
    Todos nós e sem exceção somos da linhagem from Brazil, sim… Somos todos, mesmo sem saber ou querer admitir , filhos, netos e até bisnetos de Lulu Hartenbach, a grande responsável pela dança do ventre no Brasil ser da qualidade que é.
    No ano que literalmente eu nascia, Lulu já iniciava seus estudos na Belly dance, criou com beleza e harmonia um cenário próprio para os brasil e assinou… From Brazil.
    Somos um dos países de melhor qualidade em dança, sem dúvida o que tem bailarinas de maior beleza, e isso é herança vive e genética dela.
    Seus movimentos e ensinamentos passam por nosso corpo em todas as nossas dancas, sua influência nos levou a tantas vitórias…
    Graças ao trabalho dela estamos aqui, graça a suas obras estamos aqui, graças a seu sucesso somos reconhecidos! Isso merece no mínimo respeito.

    Então as alunas ou grandes empresárias , bailarinas internacionais ou as de festa de família que forem criticar essa talentosa e linda bailarina, pense que sem ela não seríamos o que somos, não foi o clone que fez esse mundo Árabe no Brasil… Foi a assinatura de Lulu from Brazil! E me orgulho muito disso!

    #somostodosfrombrazil #todotalemtoépouco

    Somos os herdeiros dela que ninguém conseguiu apagar.

  11. LuLu, eu gostei do seu texto. Congratulations , por seu trabalho. Eu me tornei professora de dança por acaso, de tanto dá aula de dança do ventre , quando a minha mestra (Greice Benjaquem) faltava..Tudo que eu aprendi foi com ela e com muitos músicos libaneses que vinham para o Rio de Janeiro dá workshop, muitos convidados por elas. Ela aprendeu com uma bailarina do Libano que veio viver com o marido musico nos anos 80 aqui no Rio de Janeiro.. No final dos 90 no Rio de Janeiro, havia poucas professoras de dança do ventre. Não havia muita procura. Eu comecei ter aula de dança do ventre em 2000. Minha mestra partiu desse mundo em 2008. Eu trouxe ela para dá aula no condomínio onde eu moro. Formamos um bom grupo de alunas. Depois da partida dela, eu me tornei professora de dança. Fiz muitos work shops, yoga, dança cigana e flamenca e dança circular sagrada. Foi difícil superar a morte dela. Desenvolvi um trabalho de dança terapia com movimentos de dança árabe. Sempre dei aula para pessoas aposentadas, professoras e pessoas que queriam ter aulas de dança para relaxar após o trabalho. Não é nada fácil manter um espaço de dança por muito tempo. Comprar uma sala ou alugar um espaço na Zona Sul do Rio de Janeiro, tornou-se muito caro. Um investimento que não traz retorno financeiro, apenas um prazer de esta dando aula. Parabéns para as professoras que conseguem viver apenas como professoras de dança. Eu sou graduada em Literatura Inglesa e Portuguesa. Eu sou tradutora de profissão.

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