Sempre em movimento, sempre em revolução
Assim é o meio da dança Oriental no Brasil
Começou lá no passado com minha professora, numa época em que cds, youtube e 4 shared, eram apenas fantasia, e como nos velhos tempos, para aprender precisávamos de professora! Bons tempos aqueles
Mesmo que a que eu escolhi sempre tenha sido uma personalidade forte e tempestuosa, nunca me arrependi. Com ela aprendi que ter expressão é uma questão de dentro para fora.
Nunca tive dicas, ou exercícios práticos.
Era simples assim:
Você está fora do ritmo Luciana, de novo!
Mas onde?
De novo!
Devagar fui buscando por um caminho e admiro até hoje, aqueles olhos faiscantes, que nunca me deram nada de mão beijada.
No final ela ganhou minha admiração e meu eterno respeito por ser alguém autêntica. Naquela época não era comum ser sorrisos para obter tudo, dizer que está lindo quando sua mente diz o contrário. Se tem uma coisa que minha professora nunca foi, é comercial e diplomática.
Sempre agia totalmente por seu coração e impulso emocional, e nisso totalmente verdadeira.
Hoje em dia vivemos um ponto onde o fingir é o x da questão.
Se não finjo gostar, sou antipática.
Se me coloco honestamente, taxada de egocêntrica.
Se divido, quero aproveitar de todos.
Se sou clara, não sou agradável.
Onde fica a verdade pessoal nisso tudo?
Não tenho a mínima idéia, mas sim sei o que penso e depois de 46 anos de vida vivida, me dou o direito de falar claramente o que penso, já que isso é uma prerrogativa pessoal e intransferível.
Me recuso a aceitar a análise de um homem, que nunca trabalhou em sua área de formação, falando acerca da vida de uma bailarina, o que claro não pode analisar já que além de ser homem, nunca dançou, como se fosse uma mercadoria de supermercado para o consumidor final.
O ciclo de vida da bailarina, como se houvesse uma forma de mensurar isso.
Antes de mais nada, vale a pena dizer que infelizmente tanto em nosso país quanto em outros, a louca que decide ser bailarina, tem que ter uma certa dose de amor exagerado e desmensurado por aquilo que escolheu pois todos os apontadores a sua volta, lhe mostram , que esta é uma decisão difícil para quem precisa se sustentar por si mesma.
Depois desta decisão tomada, a questão é ver como será possível manter esta opção como forma de vida, e desde a mais tenra idade, a bailarina, ainda não formada, e nem de longe preparada para ser professora, começa a dar aulas, quando precisa disso para sobreviver.
Portanto a vida da bailarina, que não tem pais que a sustentem nem marido que pague por suas contas, não é possível a não ser que :